O que os magistrados podem aprender, passando um dia trabalhando em funções “mais humildes” do mercado de trabalho?

Publicado em 22 de Agosto de 2019

Juízes e desembargadores conhecem tudo sobre as leis brasileiras. Mas, em muitos casos, existem decisões polêmicas a serem decididas. Para estas situações, a Escola Judicial do TRT do Rio de Janeiro implementou um programa que convida aos magistrados para exercerem funções gerais e se colocarem na pele de trabalhadores menos favorecidos.

“Em alguns dos processos que chegam ao Tribunal do Trabalho do RJ, há situações relatadas pelos trabalhadores que a ente fica na dúvida se são verdade ou não”, diz a juíza do Trabalho Adriana Leandro, que foi telefonista de uma agência bancária por um dia, sem que colegas e superiores diretos subissem de sua verdadeira profissão. Ela viu uma colega passar 6 horas de expediente sem sequer tomar água, por medo de perder o emprego se deixasse o telefone tocando enquanto estaria ausente da sua mesa.

“A empatia é essencial para todos, mas para nós especialmente, diariamente, a gente tem que se colocar no lugar do outro, na pele do trabalhador e também do empregador, para entender as reais dificuldades”, disse o juiz Thiago Mafra da Silva, que trabalhou um dia como gari, da empresa de limpeza do RJ.  Segundo relatos de muitos magistrados que passaram pela experiência, foi um exercício importante. Afinal, a carga de processos é muito grande e, se não tomar cuidado, os juízes e desembargadores correm o risco de trabalhar no automático, por ser “só mais um processo”. Mas, na realidade, para as partes envolvidas, a decisão a ser tomada é uma das coisas mais importantes da vida delas.

Fontes:

bbc.com.br
g1.com